A Secretária de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação, Alice de Ceita e Almeida, em representação do Ministro do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Albano Vicente Lopes Ferreira, procedeu, nesta segunda-feira, 14 de Abril, à abertura da Conferência Científica Internacional sobre as Florestas da Bacia do Congo, em cerimónia que decorreu no auditório da Administração municipal do Buko-Zau, província de Cabinda.
A Conferência Internacional sobre as Florestas da Bacia do Congo decorre de 14 a 16 de Abril de 2025, com o tema "preservação da Biodiversidade e Combate à Desflorestação", organizada pela a Universidade Onze de Novembro (UON) e pela Parceria Florestal da Bacia do Congo (PFBC) com o apoio do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI).
Está Conferência Internacional visa partilhar conhecimento e experiência em preservação da Biodiversidade e ecossistemas na região da África Central e constitui uma oportunidade para o fortalecimento da cooperação científica e a promoção de sinergias entre instituições académicas e de investigação científica na Bacia do Congo, em cumprimento das diretrizes da PFBC, incorporando a iniciativa One Forest Vision e em antecipação à 30. Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), prevista para Belém (Brasil), onde as florestas tropicais receberão uma atenção especial.
O discurso de abertura foi proferido pela Secretária de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação, Alice de Ceita e Almeida. "As florestas tropicais têm um papel fundamental para a manutenção da vida no planeta, abrigando aproximadamente 50 por cento das espécies de plantas e animais. Elas ajudam na regulação do clima global produzindo uma quantidade significativa de oxigênio e removendo gás carbônico atmosférico. Considerável atenção tem sido dada às florestas tropicais e seu papel como mitigador natural das mudanças climáticas. Estima-se que cerca de 30 por cento de todo CO2 emitido pelas actividades humanas seja removido da atmosfera por essas florestas", disse a Secretária de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação, Alice de Ceita e Almeida.
Para a Secretária de Estado, "As principais causas direitas da perda de florestas tropicais no mundo são a expansão da agricultura comercial, actividades extrativista e a construção de estradas e outras infraestruturas, todos factores com inter- relações. A maior ameaça à conservação das florestas tropicais é o desmatamento acelerado. Ele resulta em fragmentação florestal, perda de Biodiversidade, erosão e extinção de espécies".
Citou várias iniciativas e tratados visam a preservação e valorização dos ecossistemas florestais da África Central, com foco na gestão sustentável das florestas e na luta contra o desmatamento tais como, "Agenda 2030 da ONU, Acordo de Paris, Convenção sobre Diversidade Biológica, Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, Organização Mundial das Florestas e a Parceria Florestal da Bacia do Congo".
Na ocasião, a Secretária de Estado para Ciência, Tecnologia e Inovação, Alice de Ceita e Almeida, e os conferencistas, após a sessão de abertura, realizaram visita guiada ao Centro de Investigação da Floresta do Maiombe.
As sessões de trabalho, palestras, incluindo a mesa-redonda onde serão abordados temas sobre Biodiversidade, investigação científica, estratégias de desenvolvimento sustentável e conservação florestal, bem como a assinatura de protocolos para fortalecer a cooperação científica internacional, serão realizadas no Centro Cultural Chiloango (CCC), em Cabinda, nos dias 15 e 16 de Abril.
A Bacia do Congo abriga segunda maior floresta tropical do mundo, depois da Amazónia, com cerca de 180 milhões de hectares, sendo a maior parte localizada na República Democrática do Congo. Essa bacia drena os países da República Democrática do Congo, Angola, Zâmbia, Tanzânia, Burundi, República Centro-Africana Camarões, e República do Congo e é drenada pelos rios Congo, Chambeshi, Uele, Ubangi e Lualaba.
Está Conferência conta com prelectores convidados da academia, cientistas e especialistas de Angola, Congo, Congo Democrático, França, Babão, Portugal e de organizações não governamentais como a Organização Francesa de investigação e Cooperação Agrícola (CIRAD), Centro de Investigação Internacional e Agroflorestal Mundial (CIFOR-ICRAF), Instituto Nacional de Investigação para o Desenvolvimento Sustentável (IRD), NOE Consevation Sociedade para a Conservação da Vida Selvagem (WCS) e Bezos Earth Fund, e destina-se a governantes, académicos, cientistas, técnicos e representantes do sector privado da Silvicultura e Ecoturismo de Angola, Congo, Gabão, RDC, França e Portugal.
Participaram nesta cerimónia de abertura da Conferência Científica Internacional sobre as Florestas da Bacia do Congo, a Embaixadora de França em Angola, Sophie Aubert, Vice-Governador para Área Político, Social e Económico, Miguel de Oliveira, em representação da Governadora da Província, Fernanda de Abreu, técnicos seniores do MESCTI, representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, do Ambiente e da Cultura, representantes da Autoridades Locais, Magníficos Reitores, Director da Alliance Francaise, representantes da Parceria Florestal da Bacia do Congo, comunidade académica e convidados.